Primeira lei natural dos cães: Cães são instintivos

Cesar Millan

Um dos maiores erros que os proprietários de cães podem fazer é assumir que seus cães sentem e pensam como pessoas. Isso pode nos levar a humanizar nossos cães, atribuindo as nossas próprias necessidades e motivações para seu comportamento. Como consequência, podemos nos tornar relutantes em disciplinar ou corrigir nossos cães, porque temos medo de ferir seus sentimentos ou criar ressentimentos.

A lei natural dos cães nos ensina que os caninos não funcionam dessa maneira. Sim, eles têm emoções, mas são diferentes das nossas. As emoções dos cães estão enraizadas no momento e são uma reação imediata ao que está acontecendo agora. Os cães não lamentam o passado ou se preocupam com o futuro. Eles só estão pensando sobre o presente: essa coisa no meu ambiente é amigável ou uma ameaça? Devo lutar, fugir ou evitar?

Essa é a maior diferença entre os seres humanos e cães. Estamos constantemente mudando entre nossas dimensões intelectuais, emocionais e espirituais. Mas os cães vivem exclusivamente em um mundo instintivo, e cabe a nós, como líderes de matilha, entender.

Como os cães reagem instintivamente às coisas ao seu redor, eles também são conscientes de nossas emoções, lendo a nossa energia. Quando estamos calmos, eles sentem a calma. Quando não estamos calmos, eles sentem a nossa energia desequilibrada e, naturalmente, nos evitam ou tornam-se instáveis também.

Em uma matilha, cães desequilibrados são rapidamente corrigidos ou, se não se equilibram, são rejeitados. Os nossos cães não podem nos rejeitar, mas podem fazer todo o possível para nos evitar quando não nos acalmamos. É aí que problemas de comportamento surgem.

Porque os cães são instintivos e vivem o momento, não podemos corrigir seu comportamento como o que fazemos com crianças ou mesmo adultos. Os cães são instintivamente atraídos para líderes calmos e assertivos, quer sejam humanos ou caninos. Portanto, temos de entrar em contato com o nosso próprio lado instintivo e nos tornarmos calmos e assertivos. Isso é muito mais eficaz do que tentar "razão" com o seu cão ou fazendo apelos emocionais.

Siga a Primeira Lei, honrando os instintos do seu cão. Deixe seu cão ser um cão, e aprenda a seguir seus instintos em vez de seu intelecto.

Postagem original em inglês aqui.

Não é o seu cachorro que é racista

Confira o belo artigo escrito por Alex Castro e recomendado pela minha amiga Renata Ferreira  que trata de como pode ser sutil e inconsciente nossa comunicação com os cães de "nossa matilha". Leia o texto na íntegra abaixo.

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hoje, andando pela rua com o oliver, cruzamos por uma bela moça num carrinho de bebê e o oliver, pro meu imenso orgulho, fez festinha e tudo, cachorro charmoso que ele é. logo depois, cruzamos por um negão mal-encarado e o oliver, pra minha imensa vergonha, só faltou querer estraçalhar o moço, cachorro protetor que ele é. pedi desculpas e saí de fininho.

será verdade que cães podem ser racistas?

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criamos os cães à nossa imagem e semelhança. passamos milênios selecionando geneticamente cães com base em um único critério: sua compatibilidade conosco. sua capacidade de nos ler, nos entender, nos servir, se adaptar a nós.

quando seu cão late para o moço da geladeira, não é porque ele é um bom juiz de caráter, ou sabe quando “tem alguma coisa errada”, ou possui poderes sobrenaturais, ou tem capacidade de “ler almas”. provavelmente, ele não está nem mesmo latindo em reação ao moço da geladeira em si. o seu cachorro não sabe negociar com técnicos, ele não conhece as dicas sutis de que um prestador de serviços está enrolando ou superfaturando um trabalho. quem sabe essas coisas é você.

o seu cão está reagindo à única coisa no mundo na qual ele é expert absoluto: você. ele está reagindo a mudanças no seu corpo que são tão sutis que você nem mesmo percebe mas que ele consegue captar. batimentos acelerados, suor, diferença na voz, algum tique físico que reconhece como uma típica reação sua ao estresse súbito. seu cheiro, seus hormônios, seus humores, sua voz, seus gestos.

seu cachorro não tem poderes sobrenaturais, nem sabe nada que você não saiba melhor – com uma única exceção. seu cão sabe confiar em seus próprios instintos caninos e, inclusive, confia mais nos SEUS instintos primatas do que você mesmo, que provavelmente os racionaliza. você, ao mesmo tempo em que dá um inconsciente passo atrás em resposta a algo suspeito que fez o moço da geladeira, também pensa: “que besteira, estou sendo paranóico”.

seu cachorro, por outro lado, leva essas coisas a sério. e faz bem.

(esse trechinho parafraseia o livro as virtudes do medo, de gavin debecker.)

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então, voltando ao exemplo inicial, não é o oliver que é racista, coitadinho.

sou eu que, mesmo sendo tão liberal e avançadinho, mesmo dando bom dia ao moço e não trocando de calçada (olha eu falando isso como se fosse grande vantagem!), ainda assim meu corpo deve tensionar, ainda assim eu devo me colocar em posição de alerta, ainda assim eu devo reagir ao homem como se ele fosse uma ameaça maior do que a mulher com o bebê.

e o oliver, que não é bobo, repara. e faz bem.

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releia o primeiro parágrafo. o oliver nem precisaria estar presente: ele poderia ter latido para o “negão” só pela minha escolha de palavras. é assim que falamos. nosso racismo exala pelos poros, pelas entrelinhas.

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Texto publicado em 16 junho de 2011 por Alex Castro em seu Blog (http://alexcastro.com.br/).

Participe do Chá Fraterno do Amigo Bicho

No próximo dia 11 de junho, a partir das 15h, a Associação de Proteção Animal Amigo Bicho (APAAB) organizará um Chá Fraterno na Oca Restaurante, na aveinda Almirante Barroso, 303, no Centro da Capital.

Para participar é preciso comprar um convite, que custa R$ 15, e terá toda a renda revertida para o tratamento e manutenção dos animais resgatados pela APAAB.

Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 3042-0045 e 8721-3149 ou pelo e-mail: amigbicho@hotmail.com.

O cão brocha e a cadelinha manca

São dois bebês. Um é macho e tigrado. A outra é uma fêmea, mais novinha, cor de caramelo e patas brancas. Dois cachorros lindos.

Decidimos por um casal porque achamos que seria fantástico para nossa filha acompanhar todo o ciclo de nascimento de filhotes: o cio, a gravidez, o nascimento, e vários cachorrinhos pequenos correndo pela casa.

Combinamos com o dono do canil que ele ficaria com todos os filhotes. Perfeito.
Minha filha batizou a dupla de Jorge e Bebete, em homenagem a duas músicas de Jorge Ben que ela adora.

Eles se adaptaram rapidamente à casa: em poucas horas, já tinham destruído um canteiro de bromélias e mastigado três refletores do jardim. Umas graças.
Logo nos primeiros dias, percebemos que Bebete mancava de uma patinha. O veterinário identificou um inchaço na patela e pediu que a observássemos.
Algumas semanas passaram, e o inchaço continuava.

Achamos um especialista em ortopedia veterinária em Ubatuba, a 70 km de casa. Levamos os dois cachorros.

As notícias não foram boas: radiografias mostraram que Bebete tinha uma má-formação da tíbia e do fêmur, o que estava causando um trauma nos ligamentos.

Aproveitamos para fazer um check-up em Jorge. O veterinário percebeu que o coitado só tinha um testículo. Ou melhor: o segundo testículo estava “escondido” e com risco de causar uma infecção (não me peçam detalhes, urologia canina não é o meu forte).

Para resumir: Bebete precisaria ser operada da perna, e Jorge, castrado. Aliás, Bebete também será castrada, já que os dois têm problemas que podem ser hereditários.

Lá se foi nosso sonho de ver uma ninhada nascendo em casa...

O caso de Bebete é bem grave. O veterinário diz que não pode garantir o sucesso total da operação. Há uma boa chance de ela ficar manca pelo resto da vida. A cirurgia não é nada simples, e quase caí da cadeira quando o doutor falou o preço da operação. Tivemos de parcelar em quatro vezes.

Tentei contornar a situação com bom humor: Jorge passou a ser chamado de “Viagra”, “Bola Um” e “Bola Murcha”, e Bebete, que ganhou muito peso e tem problemas no joelho, de “Bebete Fenômeno”.

Assim que chegamos em casa, liguei para o canil. Queria avisar ao vendedor que os problemas dos cachorros poderiam ser hereditários, e que ele deveria observar outros cães das mesmas ninhadas.

O sujeito ouviu meu relato e nem titubeou: “Sem problema, a gente providencia a troca dos animais.”

Aquilo me pegou de surpresa. Juro que eu nem havia pensado na hipótese.
Eu disse que não queríamos trocar os boxers. Ele não acreditou: “Tem certeza? Mas a cadelinha pode ter um problema pelo resto da vida!”

Eu entendo a lógica do vendedor. Ele é um comerciante. Se vendeu um produto “defeituoso”, a única coisa a fazer é trocar a “mercadoria”.

Entendo também por que muita gente optaria por devolver os cachorros. Se você quer cães para criar, é um risco grande cruzar animais com possíveis problemas genéticos.

Mas nosso caso é diferente. Compramos os cachorros para nosso prazer, para ter mais companhia e alegrar nossa casa.

Bebete terá “problemas”? Muito provavelmente. Vai precisar de cuidados especiais? Com certeza.

Mas problema maior seria justificar para nossa filha porque escolhemos nos livrar de problemas simplesmente trocando as peças defeituosas. Não é assim que a vida funciona.

Esperamos que o “problema” de Bebete se torne uma lição bonita para nossa filha: de como devemos aceitar as coisas como elas são, e não como gostaríamos que elas fossem. Mesmo que isso dê muito trabalho.

Escrito por André Barcinski do http://andrebarcinski.folha.blog.uol.com.br

Alimentando um cão

Aqui vão algumas dicas de como manter seu cão saudável apenas com alimentação correta. E para começar é bom deixar bem claro que "comida de gente" nem de longe é a melhor opção. Essa história de que o cachorro comer o resto do nosso almoço não tem problema é balela.

Por conta dela é são muitos os cães obesos, com problemas no coração e que desenvolvem doenças crônicas que na natureza nunca teriam. Assim, na hora de alimentar seu amigo canino, opte pela ração, que é feita e balanceada para as necessidades do cachorro.

Outra boa providência é reparar em que tipo de ração serve melhor às necessidades do seu cão. Se é de raça pequena é uma, se for raça grande, outra. Se é filhote, tem alimentação especial, se é um cão idoso, outra. Cães com mais energia precisam de energia extra, os mais preguiçosos, ração menos energética.

Higiene

A ração, quando molhada pela saliva do cachorro, ou mesmo por água, começa a fermentar. Este processo pode ser maléfico para o cão. Por isso, o animal deve comer tudo o que quiser na hora que lhe for dado. O que sobrar no prato deve ser jogado fora. Outro motivo para isso é que no prato a comida fica exposta a insetos e à sujeira.

A água também é um fator a se observar. Os cães precisam de água limpa disponível durante todo o dia. Se você não tem como manter um bebedouro de água corrente ligada o tempo todo, pode considerar um bebedouro como os de pássaros, só que com garrafas pet para oferecer água ao seu cão. Não é interessante ter água numa tigela porque os animais podem botar as patas dentro e sujá-la.